quarta-feira, 18 de maio de 2011

Vaidade





Às vezes, somos incapazes de discernir nossos passos, mas é necessário buscar ajuda para continuar subindo, a fim de encontrar a felicidade plena das grandes montanhas e rochas.
A Vaidade quer e faz de tudo para se tornar nossa companheira. É preciso cuidado e prudência quando nos vem este pensamento: "Farei de tu uma grande luz; todos te verão e perceberão que foste escolhido; muitos te procurarão para te aplaudir", e uma falsa alegria começa a invadir a alma. Saibamos, porém, que a vaidade é um amor desordenado pela estima dos outros, pois ela deriva do orgulho. A vaidade da malícia faz com que desejemos ser reconhecido pelos outros; no entanto, quando estamos a serviço de Reino, não há essa necessidade de reconhecimento. Deus somente basta para a nossa satisfação.
O desejo de reconhecimento dos homens é um grande perigo para quem caminha na espiritualidade; é um desejo próprio dos homens do mundo e de suas intenções maliciosas. A nós cabe o escondido conforto dos santos; como dizia Santa Teresa D'Ávila, "tudo passa, só Deus basta".

São Francisco de Sales dizia:

"Há quem todo se envaideça por se ver em cima de um 
cavalo, por levar um penacho no chapéu, por estar 
vestido elegantemente, mas quem não vê essa loucura? É 
que , se há glória nessas coisas, essa glória é para o 
cavalo, para a ave ou para o alfaiate... Outro, admiram-
se e remiram-se por terem o bigode frisado, a barba bem 
penteada, os cabelos anelados, mãos muitos finas, por 
saberem dançar, tocar, cantar...Mas não será de ânimo 
vil querer encarar seu valor e acrescentar reputação com 
coisas tão frívolas e ridículas? Outros, por um pouco de 
ciência, querem ser honrados e respeitados no mundo. 
Tudo isso é extremamente vão, insensato e 
impertinente, e a glória que se torna de tão fracos 
motivos chama-se vã, loucura e frívola".

A vaidade produz vários defeitos, um dos que a hipocrisia. Há que se tomar um grande cuidado de não falar de si, ou reverter a conversa em seu favor. Há alguns que falam de si mesmos, de sua família e de seus triunfos com uma candura que faz sorrir a quem os escuta; outros têm uma habilidade para para fazerem deslizar a conversa para o assunto em que possam brilhar, outro, ainda falam timidademente de seu defeitos, com a secreta esperança de que serão desculpados, pondo em revelo suas boas qualidades. "Aquele eu se vitupera", diz São Francisco de Sales, "busca indiretamente o louvor e faz como quem vai remando com todas as forças de costas para o lugar que pretende chegar; ficaria bem desgostoso se acreditasse no mal que diz de si mesmo, ´pois é por orgulho que se quer ser tidos por humilde". A respeito de Eclesiastes, para ele, tudo sobra terra era vaidade : 
"Contemplo ainda todos os trabalhos  todos o bom êxito 
dos empreendimentos, e isto despertava ciúme contra o 
próximo. Pois nisto também havia vaidade e aflição do 
espírito" (Ecle 4,4)





CONTINUA...

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